Nos últimos dois anos, quatro marcas premium anunciaram a produção de automóveis de luxo no Brasil. Além do mercado promissor, o estímulo também veio do Inova-Auto, cujo programa oferece incentivos fiscais do governo federal às empresas que se instalam no país.
O anúncio mais recente veio da Jaguar Land Rover, em junho último. A montadora britânica investiu cerca de R$ 750 milhões em sua primeira unidade brasileira em Itatiaia (RJ), no Vale do Paraíba. A instalação é considerada a primeira do mercado latino americano com capacidade de produção de 24 mil carros por ano e já iniciou com a fabricação e entrega dos modelos Range Evoque e do Discovery Sport às concessionárias da marca. Para 2018, a empresa prevê uma expansão da autonomia de produção local e deverá incluir os modelos sedã XE e SUV F-Pace.
A Land Rover foi a quarta marca premium a figurar na lista de montadoras que apostaram na nacionalização da produção de veículos de luxo. A BMW inaugurou sua unidade em Araquari (SC), em 2014; a Audi em São José dos Pinhais (PR), em 2015, passou a fabricar o Q3 como estratégia de crescimento da montadora no mercado brasileiro a longo prazo; e, a Mercedes-Benz investiu mais de R$ 600 milhões para retomar sua produção de carros de luxo em suas instalações de Iracemápolis (SP), no interior paulista, em março deste ano.
Com a chegada de mais fábricas ao Brasil, aumentam a disponibilidade de peças para os seminovos premium que têm atraindo a atenção dos consumidores mais exigentes. São pessoas que têm comprovado o bom negócio na aquisição de seminovos de luxo por sua baixa quilometragem e economia de até 30% em relação ao modelo equivalente 0km. Além disso, o seminovo de luxo também pode ser oferecido em melhores condições do que um seminovo popular, pois seu proprietário sempre é mais cuidadoso ao realizar as manutenções preventivas dentro dos prazos estipulados na garantia do fabricante. O baixo custo com a regularização da documentação em relação ao veículo novo, também faz crescer a procura pelos seminovos de luxo.
Na contramão do mercado nacional de carros zero quilômetro com queda de 25,4% nesse primeiro semestre, a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto) apontou que as vendas de modelos seminovos (com até três ano de uso) cresceu 23,6% em comparação ao igual período de 2015. Para cada novo carro, cerca de cinco veículos usados foram comercializados aos brasileiros.
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